quarta-feira, 8 de setembro de 2010

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Ler tudo aquilo, cantar tudo aquilo; estava preenchida de energia para criar.
A saudade do tempo em que escrevia os versos deu-lhe ânimo para criar outros, novinhos em folha.
E agora, bem mais madura e também mais experiente, seria um novo desafio.
Como seria fazer poesia com quase trinta anos?
Não teria mais aquela ansiedade louca perante a vida? Estaria menos ingênua? Desencantada?
Ou será que ainda acreditava no amor ridículo, como disse outro poeta - lembrou do sarau de poemas que tinha presenciado em sua escola, onde seus alunos diziam sutilezas e delicadezas com as mesmas bocas que xingavam os companheiros de turma - e na beleza da vida?
Descobriria na próxima noite, quando novamente tomaria a caneta e a agenda antes de dormir, deslizando pelas linhas e deixando as marcas azuis, signos ritmados sobre suas angústias e desejos, dúvidas e medos...
Ah, que delícia!