Silentes, dispostos frente a televisão
- os olhos nem reparam no programa -
Tentam ser juntos sem dar as mãos,
Não se tocam e ninguém reclama...
Ausentes, perderam o foco e o chão
Em comum já não há nem a cama
E para cada sim existe sempre um não
Que dói, sangra, murcha e inflama.
Esvaiu-se, aos poucos, aquela ligação
Que os tornavam deliciosa chama,
Dando lugar a tempestuosa solidão.
Viram-se presos a uma torta trama
De medo, mentiras, perda e obrigação.
Distantes, acostumados, sem drama.