quinta-feira, 18 de julho de 2013

Mão

Mão que afaga e tece
Que trama um cordão de contas
Mão que esmaga e escreve
Que caleja dos dedos as pontas
Mão que acena e segura
Que estapeia, torce e empunha
Mão que apoia e esfrega
Que treme, acarinha e se entrega
Mão que constrói e suplanta
Que destrói, aponta e nega
Mão de amor e de cura santa
Que planta, aduba e rega

Queria a mão, assim bem gigante!
E que ela pudesse reter o tempo
Em que se ama e se á amado.

Ao Deitar

O silêncio não está.
Bato à porta, o procuro...
Em vão.
São tantos os ruídos:
Infinito sonoro do pensar.
Nem na mata,
Lá no céu,
No fundo do oceano
Ou na embalagem hermeticamente fechada do café.
Sim, ele se foi.
E eu o quero para mim.
Um minuto sem som,
Um tempo só vazio.
Então seria bom.
Eu poderia ouvir a menina calada de mim,
Aquela que dorme e que eu amo.
Mas o silêncio não está.

Todo o Amor

Sol
Céu
Mar
Som
Rio
Ar
Fogo
Terra
Flor
Chuva
Mato
Cor
Pedra
Planta
Bicho
Cheiro
Nuvem
Estrela
Você

Tudo foi o amor que fez.