terça-feira, 14 de agosto de 2012

Capitalismo

Quero ser.
Ser sem saldos negativos,
Coisas e bibelôs.
Angustiada,
Trabalho exaustivamente.
Consolido diariamente
A estúpida forma
De ter humano que me tornei.
Choro
Em meio a esse emaranhado
De contas a pagar que eu virei.
Cada vez mais longe,
Quase nem o vejo:
O sonho.
Resta-me
Cobrir minha filha
Enquanto dorme.
Ou aquecer meus pés
Nós pés do meu companheiro.
Estamos mesmo sós,
Presos a essa teia de horrores.