Venha doce morte
Sangrar a solidão,
Que deitou-me no chão
Tecendo seus cortes.Leva no teu braço
As dores de sempre
Do ser tão ausente
De mim, ser escasso.
Que já não me sinto
Nem sinto ninguém.
Torna-me um refém
Do teu fel de absinto.
Sim, leva-me embora
De olhos bem abertos
Verei teus desertos
Com prazer na demora.
Venha doce morte,
Com olor de dália,
Dar fim ao que talha
Essa vida sem sorte.