domingo, 3 de julho de 2011

Homenagem a Antologia Poética de Vinícius de Moraes

Topless, estirada na areia da praia,
A pele, os pelos, o sol dourado
Ilumina teu corpo, tuas curvas,
Moça bonita do bumbum empinado.
Os dois seios, pêssegos amassados,
Contra a palha tecida que deve estar feliz
De ter a volúpia assim se esfregado
Como fossem os peitos de uma meretriz.
Provoca, embasbaca com tua beleza,
Não vejo o teu rosto e teu olho marrom.
Esqueço da vida, sou todo fraqueza,
Derrete na boca, parece bombom.
Desejo-te minha, só minha, na cama,
Penso nos cabelos, carícias dos dedos,
Ouço breve suspiro que meu peito exclama
Quando sonho contigo em prazeres-enredos.
Imóvel, observo, o suor que lhe escorre
Pelas coxas redondas, parecem macias.
Dá-me um frio na barriga como a quem morre
De infarto ou de medo, perco-me na via.
De olhar-te assim, tão demoradamente,
Tropeço, esbarro, velho num calçadão
Volto a ser menino de histórias inocentes
Que Amava aurora com toda a discrição.
Ah, moça bonita és jovem demais!
E eu imaginando torrentes de orgasmo...
Contigo, coitado, não encontraria paz,
Morreria afundado na carne, no espasmo.
Tuas pernas cruzadas, teus pés abanando,
Teu corpo inteiro parece cheio de estrelas,
Cintilam no dorso, esguio, descansando.
Boquiaberto, insensato, como queria tê-la!
Sinto-me um bobo, fitando sua doçura,
Moça bonita que tem mil homens na mão.
Passarinhos, só seus, incorrem em loucuras
Para conquistar-lhe, a duras penas, o coração.
Penso no teu sexo, breve fico constrangido.
Será que me olham ou que me notaram?
Envergonhado até do cão que passeia comigo,
Desvio o olhar para ver os carros que param.
Mas não consigo evitar e em apenas um minuto
Volto atento a ela, meu maior pecado...
Surpreso, atônito, só então escuto,
Minha esposa falando de exames e resultados.
Sigo o meu caminho, sempre e devagar,
Ao lado da minha senhora companheira,
E a moça bonita, cadela do meu sonhar,
Eu deixo para trás, tresloucada na esteira.