O sol brilhava e sua luminosidade atravessava a cortina fininha de voal branco do quarto de hóspedes.
Lara acordou sobressaltada de um pesadelo que tivera com sua mãe que não conhecia e achou que estava num mato sem cachorro pois seu plano de fuga estaria arruinado a luz do dia. A tadinha queria ter fugido ainda de madrugada mas o cansaço impediu que ela acordasse antes.
Percebeu que a casa estava silenciosa, todos deviam estar dormindo. Arrumou rapidamente a sacola, trocou de roupa e escreveu um bilhetinho de poucas palavras, o qual deixou em cima da cama.
Abriu cautelosamente a grande janela, jogou a bagagem de lá de cima e pulou em seguida, do segundo andar. Caiu de quatro como um gato mas não se machucou, apenas uns arranhões nos joelhos. Avistou um grande portão, pegou suas coisas e saiu correndo em direção a ele, se escondendo vez ou outra atrás da cerca viva de pingos. Com força, conseguiu empurrar uma das folhas e o portão foi se abrindo lentamente.
Estava no mundo de novo.