segunda-feira, 14 de março de 2011

ANA

As marcas estão aí
Espalhadas no ventre, pálpebras, mamilos,
Para delatar seus filhos,
Dores, amores...
Dizem que isso é velhice?
Cansaço?
Não, minha amiga,
Tudo isso é intensidade.
Experimentou cada momento
Com toda a tua alma.
Uns acharam "esquisitice",
Outros pensaram "felicidade",
Ainda aqueles que imaginaram "tormento".
Mas não era nada disso.
O que sentias e transbordava era mesmo vida.
E há muita beleza estampada
Nesse rosto que marcou lembranças,
Nas mãos e colo que embalaram criança,
No corpo que do amor é morada.
Não se esconde atrás de batom fulgás
Ou de lápis escuro que escorre no canto do olho marejado.
Apareces de cara lavada,
As vezes até mal dormida,
Porque não foges da lida,
Quer ser vista como é!
Não te intimides, é hora de apaziguar:
Faz teu coração dormir sereno.
Deite junto das meninas pelas quais vale amar.
Todo o resto fica pequeno
Diante da grandeza de Deus e dos presentes que Ele te dá.