quinta-feira, 2 de maio de 2013

João e Maria - parte III

Opostos cruzando a avenida,
Cegos com olhares profundos,
Num segundo estavam ao chão.
Lanternas, medo, grito, colisão
E os desejos quase moribundos.

Tudo a volta ficou desrimado.
Estatelados e um tanto distantes,
Buscavam, no asfalto, um encontro:
Fosse mágico como um poema
E sincero como o branco da rosa.

Em leves movimentos dos dedos,
Procuravam-se, pois, um ao outro...
Sabiam-se dois desde sempre.
Esqueceram do trem e do terno
Porque, enfim, o tempo parou.