Opostos cruzando a avenida,
Cegos com olhares profundos,
Num segundo estavam ao chão.
Lanternas, medo, grito, colisão
E os desejos quase moribundos.
Tudo a volta ficou desrimado.
Estatelados e um tanto distantes,
Buscavam, no asfalto, um encontro:
Fosse mágico como um poema
E sincero como o branco da rosa.
Em leves movimentos dos dedos,
Procuravam-se, pois, um ao outro...
Sabiam-se dois desde sempre.
Esqueceram do trem e do terno
Porque, enfim, o tempo parou.
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