sábado, 28 de julho de 2012

O Causo da Janela Aberta

Olhos amarelos fitavam-me atônitos
Silvestres talvez nunca viram pessoa
E as asas rajadas de branco e marrom
Bateram, gigantes, ao meu grito estridente
De susto, de medo, nós duas ali...
Passada a primeira impressão do encontro
Imóveis ficamos, nos observando:
Tão frágeis, noturnas, perdidas e belas,
Coruja e mulher num mesmo banheiro.

Noite de Julho

Teu corpo cintila no infinito negro
Leva o sol nos cabelos e ilumina,
Orienta, bússola para barco a deriva.

Despedaço em sua boca meus poros,
Beijo os lábios - órbitas do desejo - e
Esqueço-me afogada em suor e saliva.

Estrelas cadentes luzem em teus olhos
Castanhos, refletem um mar tão revolto
Para onde retorno e mergulho vestida.