Cachos, fitas, laços de cetim,
Vestido apertado confinando o ar.
Tanta vida nesses sapatinhos
Presos ao quarto cheio de ursinhos...
E se o tempo pudesse voar?
Na boca, aquele mesmo sim
Quando o coração só quer negar.
Está cheia de tanto carinho,
Quer o vento, o não e o espinho,
O prazer de poder experimentar.
Em goles bebeu suas luas,
Loucuras preencheram seus dias.
Eram músicas, tatuagens e cores
Que fingiam esconder suas dores,
De um tempo que nunca sumia.
Diversão garantida numa mão (ou duas)
Ovelha loira desgarrada das tias.
Noitadas, mas poucos amores.
Rotina de beijos sem flores...
Para onde será que iria?
Sozinha vagando num cinza sem fim,
Plano definido: morrer na estação
E deixar o vazio na frente do trem.
Quando então se desvela um quem:
Para quem nunca olhou, um tal de João.
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