quarta-feira, 31 de agosto de 2011

ISADORA ADORA - PARTE II

A - areia, aniversário, anjinho, amiguinhos
B - batom, Beatriz, bolacha, banho, barra de cereal
C - cachorro, correr, cozinhar, calcinha
D - damasco, dançar, desenhar, danoninho
E - estrelas, esconde-esconde, escovar o dente
F - fanta laranja, festa, fazenda, formiguinha
G - gira-gira, guti-guti, gelatina de limão
H - Horto, história
I - igreja
J - Joana e Joaninha, jogar pedrinhas
L - laranja, lua cheia, limpar com paninho
M - macarrão, música, moedas, mexerica, morena
N - não
O - ônibus, oração
P - pirulito, perfume, parque, piano, presente
Q - quarto, quintal
R - rolar na cama igual rocambole
S - surpresa, saci-pererê, samba-lelê, sapatinho
T - tesoura, terra, teclado, tonquinha
U - umbigo
V - verso, volante, vaquinha, varrer, vizinho
X - xeretar nos armários
Z - Zeca

sexta-feira, 26 de agosto de 2011

Filha

Há tanto de mim em ti
A melhor e a pior parte.
Vendo-te, posso me corrigir,
Refazer-me sem muito alarde.
És como um espelho pequenino
Que amplifica o que acredito,
O que faço, o que estimo,
O que não gosto e o que digo.
Olho você, sorrindo e correndo,
Ofegante e descabelada,
Sinto saudade do meu tempo
De menina encantada.
Eu te amo sem limites
Porque na tua infância relembro a minha,
Porque já não me sinto mais sozinha
E nem perdida no meio e no nada.
Sua existência me fortalece,
Desafia e enlouquece,
E mesmo quando tudo escurece,
Ao meu lado você adormece...
E me sinto doidamente feliz!

sexta-feira, 19 de agosto de 2011

De Alma Lavada

Finge, mente, esconde!
Prefiro a cruel sinceridade
Ao doce amargo de quem é morno.
Prefiro o contrário irritante
Ao sorriso enviesado de quem aceita sem desejar.
Prefiro o inimigo declarado
Ao desonesto amigo que se revela no durante.
Finge, mente, esconde!
Omite para acender ou para apaziguar.

Com paciência, aguardo e compreendo.
Minha alma é profunda, capaz de perdoar...
Mas não respeito desonestidade
E nem aquele que fica em cima do muro.

Procuro internamente um abrigo ou porto seguro.
Preciso me proteger.
Sinto-me vulnerável vivendo verdades.
Fecho os ouvidos porque sou sempre aquela:
Aquela louca, ingênua, utópica e imatura.
Cubro a boca para não maldizer em resposta
E tento seguir acreditando na beleza de ser humano.

quarta-feira, 3 de agosto de 2011

Em agosto, Antonia...

Depois daquele dia, ela não mudou mais nenhum objeto de lugar. Ficou tudo intacto. Nada foi jogado fora. Tudo estava exatamente como na lembrança. E há mais de dois anos ela não tinha coragem para abrir aquela porta. O cômodo devia estar repleto de poeira, ácaros devorando as memórias. Sequer conseguia limpar a casa quanto mais isso. Era demais para sua vida devastada. Havia até escondido a chave dentro do pote de arroz para que não ficasse por demais atordoada em conviver com ela, pendurada no gancho da cozinha. Olhar para a chave daquela porta fazia com que se sentisse covarde, até um pouco morta também. Já não sabia o que era pior: acordar, dormir e acordar com aquela sensação eterna de impotência ou viver o horror daquela perda, que decerto, assombrava seus pensamentos diariamente. E numa manhã qualquer, dessas em que tudo está estranhamente normal, enquanto uns diziam que ela estava deprimida, outros que estava conformada e ainda aqueles que acreditavam já ter superado, ela explodiu o apartamento com uma bomba caseira. Pedacinhos de tijolos e histórias guardadas voaram pelos ares num zunido ensurdecedor. E então a dor passou.