domingo, 30 de dezembro de 2012

A Velha Mãe

A Velha Mãe,
Mãe de todas nós,
Vestida de lua,
Tecerá uma manta
De brilhantes estrelas
Para cobrí-la do vento,
E entoará cantigas
Esquecidas do mundo
Para acalentar teu sono.

A Velha Mãe,
Mãe de todas nós,
Coroada de sol,
Alimentará teus sonhos
Com histórias bonitas
Sobre seres celestes,
E saciará tua fome
Com leite eterno e morno
De teu seio enrugado
- cúmplice do pranto
de todas nós, filhas,
que perdemos os filhos
e deitamos em teu colo,
pedindo consolo e carinho.

A Velha Mãe,
Mãe de todas nós,
Senhora dos tempos,
Te fará forte,
Mais que a mim,
Para que me vejas de longe,
Caminhando errante;
E suportes, resignada,
Meu egoísmo e apego
De querê-la aqui
Para que eu fosse feliz.

A Velha Mãe,
Mãe de todas nós,
De paciência infinita,
Cuidará de ti,
Da tua pele e espírito,
Com óleo de cheiro e amor,
Assim como eu faria
Se estivesses aqui.

A Velha Mãe,
Mãe de todas nós,
De eterna sabedoria,
Te ensinará sobre tudo,
Te protegerá do medo
E te guardará do mau.
Por ela, saberás,
De mim, que fiquei;
Para quando for hora
E estivermos prontas,
Possas, enfim, me visitar
Para apaziguar meu pranto,
Que é só por mim
E pela saudade.

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