Demorada e gorda é a água morna em que se afundam os pés.
Num quente sem fim, vai tomando as migalhas tenras do que restou... até que seu cheiro filtrado perspasse as narinas, gélidas, boiando no fora desse esperado encontro.
Imersa nesse mundo suspenso e sem som, esquece do tempo que corre.
Em meio as texturas camurçadas do óleo de amêndoas, repara nas cicatrizes não bem-vindas.
Fica.
Quando o toque da brisa, que atravessa o vitrô, acaricia o ombro - que de tarde foi consolo, numa só reta diagonal, levanta com insistência a carne que a leva pelos dias vazios.
Deixa para trás tão doce abrigo, para abraçar devagar o corpo em meio ao pano.
Espicha-se toda, os poros atentos e segue rumo a mais viagens do anoitecer.
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