Tal qual malha tricotada,
Em lã vermelha e cardada,
Nas mãos de vovozinha paciente,
Era o aconchego de seu colo.
Amiga que cruzou minha estrada,
Montou barraca e fez morada,
Plantou com amor uma semente
E ainda adubou meu solo.
Ficou, sem nem pedir licença,
Desatou o nó da desavença
Que havia entre eu e o mistério
De tudo o que eu não sei no pensamento,
Só no sentir do coração.
Tuas palavras de mãe que ensina,
Doces verdades sem rima,
Por vezes cheias de um ar tão sério,
São, para mim, a força de um vento
Ou o amor presente numa oração.
E caminhando ao seu lado,
Descobri cores, coisas, cacos,
Flores, felicidades, fé.
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