terça-feira, 23 de julho de 2013

Sonetos Imprevisíveis

I

De traço delicado
E alvura sem igual;
O corpo desenhado:
Era a face de um dragão.

Abria, envergonhado,
Ao menor sinal
De um som tilintado:
Era o fim da solidão.

Esperava noite e dia
Guardando o melhor doce
Em que ela se banharia...

Ah, como queria
Que quando ela fosse,
Desse certeza que voltaria!

II

De porte importado
E chapéu de sisal;
O dorso tatuado:
Era um nome escrito à mão.

Sorria, encabulado,
Ao menor sinal
De um brilho prateado:
Findava sua escuridão.

Mas, nervoso, ele via
Ela dançando noutra mão!
E assim tudo acabaria...

Revoltado de paixão,
Lá do alto pularia
Para espatifar-se ao chão.

III

Todo o doce desse amor,
Derramado sem pudor.
"O açucareiro e a colher"

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