I
De traço delicado
E alvura sem igual;
O corpo desenhado:
Era a face de um dragão.
Abria, envergonhado,
Ao menor sinal
De um som tilintado:
Era o fim da solidão.
Esperava noite e dia
Guardando o melhor doce
Em que ela se banharia...
Ah, como queria
Que quando ela fosse,
Desse certeza que voltaria!
II
De porte importado
E chapéu de sisal;
O dorso tatuado:
Era um nome escrito à mão.
Sorria, encabulado,
Ao menor sinal
De um brilho prateado:
Findava sua escuridão.
Mas, nervoso, ele via
Ela dançando noutra mão!
E assim tudo acabaria...
Revoltado de paixão,
Lá do alto pularia
Para espatifar-se ao chão.
III
Todo o doce desse amor,
Derramado sem pudor.
"O açucareiro e a colher"
Nenhum comentário:
Postar um comentário