Perplexa,
Percebia afogar-se
Na areia movediça
Da eterna perguntação.
Por que não experimentava
A leveza e plenitude
Da santa ignorância?
A toda hora e a todo custo
Vivia por respostas.
Então quase submersa,
Com a natureza em fúria
A devorar-lhe a carne crua,
Compreendeu um algo,
Que de tão grande,
Quase tirou-lhe o ar.
Era nas tripas
Que morava a vontade.
E por então isso bastava.
Tocou com a ponta dos dedos
O fundo, bem fundo...
Então o impulso
- de quem não quer morrer só -
Tomou conta de seu corpo e,
Devagar, começou a subir.
Não era preciso saber mais nada.
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