terça-feira, 22 de outubro de 2013

Desespero

Sozinha, num banheiro trancado, sentada na louça sanitária, as pernas encolhidas e o rosto afundado entre as mãos. Chorava querendo colo, um carinho que não vinha, pedia socorro sem que ninguém soubesse. E murmurava orações enquanto pressionava as mãos contra o peito, súplicas de compaixão porque sabia que se o céu desabasse seria melhor. Toda aquela aguaceira da lágrimas ajuntadas se rebelaram num de repente e o dilúvio tomou conta dos cabelos, das horas e os gritos sufocados viraram um nó que não desatava. O seu mundo tremia e o tempo parou. 

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