Era uma vez uma florzinha, cheia de vida, guardada dentro de uma semente.
Estava acolhida, recebendo nutrientes e cuidados mas ela sabia que logo ia nascer.
Então se preparou bem.
Aproveitou tudo o que pode da terra porque sabia que nascer era coisa difícil.
Já tinham lhe contado dos ventos, intempéries e homens maus.
Chegada a hora tão esperada, brotou para fora do solo e percebeu o ar gelado que tocava suas pétalas, os sons e luzes ao redor.
Assustada, ficou quietinha e olhou em volta.
Foi quando se deu conta de que ser flor era pouco para toda a sua graça.
Era manhã.
Despetalou-se toda a frente de olhares tão tristonhos e foi murchando, até voltar para a terra, ao fim do dia.
O jardineiro aguardava ansioso por aquele dia afinal, tinha cuidado da florzinha com todo o seu coração.
Quando viu a pequena morrendo, correu para dar-lhe água mas de nada adiantou.
Ainda tentou tocá-la, mas era tarde.
Apenas acompanhou, solitário, aquela beleza efêmera e depois, teve que partir para cuidar das outras importantes plantas do seu jardim.
Mesmo triste, sabia que outras flores dependiam de suas habilidades.
A florzinha, em pedacinhos dispersos na terra, demorou uns dias para se recompor; pensou bastante e decidiu onde queria morar.
Mas antes de embarcar nessa nova aventura, a bondosa flor decidiu despedir-se de seu amável cuidador.
No instante que uma brisa delicada passava por ali, deixou que algumas de suas pétalas tomassem carona e voassem até a janela do quarto de dormir daquele bom moço.
Ele estava acordando de um sonho gostoso, em que trabalhava bastante aguando seu jardim…
Ainda com sono, pode reencontrar as pétalas da florzinha, apoiadas no parapeito.
Então ele soube que sua pequena estava bem e muito feliz com os planos da nova viagem que iria fazer e onde queria morar.
Nesse dia, o jardineiro teve certeza que queria ser jardineiro para sempre.
Nenhum comentário:
Postar um comentário