Eu sou uma dessas pessoas feitas para o aprendizado da paciência.
A paciência da plenitude de aguardar o nascimento de um filho.
A paciência que se tem para amá-lo quando está doente, quando tem medo, quando quer ficar acordado a noite, em todos os dias de sua vida.
Ou a paciência desesperada de acompanhar o desencarne de seu outro rebento.
A paciência que se tem de ter consigo, todas as manhãs, para reunir coragem.
A paciência esperançosa de se casar duas vezes com a mesma pessoa.
A paciência ansiosa de ensinar e aprender como professora.
A paciência criativa de pintar mandalas e seus pequenos detalhes, ou a paciência insossa de querer escrever um poema e ele não vir.
A paciência diária com o trânsito, com o trabalho, com a louça que teima em se acumular, com as pessoas que maldizem o mundo.
E se eu pudesse relembrar todas as minhas tarefas e desafios até aqui, estaria lá o bendito exercício da paciência.
Então não é novidade que nesta nova fase da minha vida, mais uma vez a paciência (que se esgotou para muitos) é minha companheira. Talvez ela seja o caminho mais aprazível para mim. Só com a paciência sou capaz de suportar ausências, já que minha vida é cheia delas.
Eis meu mais recente percurso: uma vida toda sem corantes, conservantes, aromatizantes, flavorizantes e saborizantes.
Eles estão em toda parte: nos remédios, esmaltes, quase todas as comidas, massinhas, tinta para cabelo, canetinhas de pintar… O mundo é colorido, saboroso, conservado!!! Mas não podem mais estar em mim, porque sou alérgica a eles. Uma alergia dessas bem graves, que quase me tira daqui e me manda pro lado de lá. Então, seja bem vinda de novo, minha amiga paciência.
Porque só com você fica mais fácil!
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